Chegou a perder 23 jogos seguidos em uma maré de azar terrível. Vencer é zebra, como aconteceu em 1999, quando o time chegou ao vice-campeonato da Série A2 pernambucana. Eles chegaram a subir para a Primeira Divisão, em 2000, mas voltaram no ano seguinte.
“Se Pernambuco tivesse mais de duas divisões, nós estaríamos na última de qualquer maneira”, diz Israel Leal, que se tornou torcedor do time depois de escrever o livro O voo do Pássaro Preto, lançado em 2008.
O Íbis foi fundado em 1938 no bairro recifense de Santo Amaro por uma empresa de tecidos chamada Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco.
O escudo e as cores preto e vermelho foram escolhidos com base no símbolo da tecelagem, assim como o pássaro íbis, que no Egito era alvo de veneração religiosa.
Depois que o dono da empresa, João Pessoa de Queiroz, faleceu, seus filhos não quiseram continuar o projeto do time e quem assumiu foi Onildo Ramos, que trabalhava na fábrica. Desde então, a família Ramos responde pelo clube. Ozir Ramos, filho de Onildo, levou as coisas do time para a garagem da própria casa.
Faz 17 anos que o Íbis não arruma um patrocinador. “Nós não temos sede, tudo que se resolve no Íbis acontece no meu escritório ou no do meu irmão”, afirma Ozir Ramos Jr., atual presidente. Nem estádio o time tem no momento, o que obriga a administração a procurar parcerias com prefeituras do Estado. Isso fez com que em 2009 eles não participassem do Campeonato Pernambucano, já que não conseguiram uma arena a tempo. Em 2011, o Íbis recebeu os adversários na cidade de Ipojuca, onde fica a praia de Porto de Galinhas.
Com a alcunha de “pior time do mundo”, o Pássaro Preto acabou ganhando simpatia e virando um fenômeno nacional. “Quando me perguntam qual é a maior torcida de Pernambuco, eu respondo que é o Íbis, pois somos o segundo time de todo mundo”, diz Ramos. De acordo com ele, a camisa vermelha e preta é a terceira mais vendida de todo o Estado, atrás de Santa Cruz e Sport Recife.
Apesar da popularidade, encontrar o hino original do time era, até há algum tempo, uma tarefa complicada. Até que a banda de Ricardo conseguiu fazer uma versão a partir de uma gravação em VHS de uma edição doPrograma do Jô, que contou com a participação de Ozir Ramos, antigo presidente do time. Confira:
Imagens/Montagem: JF Hyppólito