Portuguesa de Desportos - Lusa

A Associação Portuguesa de Desportos foi fundada no dia 14 de agosto de 1920. A data remete à histórica Batalha de Aljubarrota, dia em que Portugal tornou-se independente da Espanha em 1385.

O clube nasceu da fusão de cinco times de futebol de São Paulo com origem portuguesa: Lusíadas FC, EC Lusitano, AA 5 de Outubro, AA Marquês de Pombal e Portugal Marinhense.

O futebol foi o ponto forte da Lusa desde sempre. Não a toa a Rubro-Verde ficou com a taça do Campeonato Paulista em três oportunidades: 1935, 1936 e 1973. As duas conquistas do Torneio Rio-São Paulo, em 1952 e 1955, fizeram a Portuguesa ser o time-base da seleção brasileira. As excursões invictas do esquadrão lusitano pelo mundo renderam ao time três edições
da Fita Azul.

Houve ainda as conquistas de dois canecos da Copa São Paulo de Juniores, em 1991 e 2002, sem contar a Rubro-Verde campeã brasileira da Série B  em 2011. Isso tudo, claro, além da marca de revelar craques como Djalma Santos, Ivair, Enéas e Dener. Fora dos gramados, o clube ainda tem história no ciclismo e no hóquei. Sem contar a mais tradicional Festa Junina de São Paulo.




O QUINTETO QUE ORGULHOU 
O FUTEBOL BRASILEIRO


Ratinho, Leivinha, Ivair, Paes e Rodrigues formaram um inesquecível quinteto de ataque na Portuguesa na década de 1960. Eles foram comparados aos Beatles e rodaram o mundo em excursões pela Europa, pelas Américas e até pelo Caribe. Com produção de Cristiano Fukuyama e Luiz Nascimento, o 'Acervo da Bola' comemora o aniversário de 95 anos da Lusa com o lançamento de um documentário sobre o "Ataque Iê Iê Iê".

 

TÍTULOS DO CAMPEONATO PAULISTA
GRANDES TIMES INESQUECÍVEIS 
CRAQUES JAMAIS ESQUECIDOS

1935


A Lusa disputou o campeonato com mais sete equipes chegando ao final da primeira fase empatada em pontos com o Ypiranga, uma das maiores forças do futebol paulista na época. Dois jogos-desempate foram realizados. O primeiro deles terminou empatado em 2 a 2, mas no segundo a Portuguesa mostrou força e goleou por 5 a 2, com gols de Adolfo (2), Paschoalino, Duílio e Carioca.

 1936


O torneio também foi disputado entre sete times, mas a Portuguesa não teve dificuldades para conquistar o título. Com dez vitórias, um empate e apenas uma derrota – goleando o Ypiranga por 6 a 1 na última partida – a Rubro-Verde sagrou-se bicampeã paulista pela APEA. Carioca foi o artilheiro das duas conquistas, marcando 18 gols em cada competição. 

 1973


Técnico: Otto Glória

O campeonato foi disputado por 12 clubes em dois turnos. O Santos foi campeão do primeiro e a Lusa do segundo. O título foi decidido no dia 26 de agosto, no Morumbi, com 116 mil torcedores dividindo as arquibancadas. Os times empataram sem gols durante o tempo normal, sendo que o árbitro Armando Marques anulou um gol legítimo de Cabinho na prorrogação. Na disputa por pênaltis, o juiz errou na contagem, decretou o Santos campeão antes da hora, voltou a atrás e foi obrigado a dividir o título.

TAÇA SÃO PAULO: DOIS GRANDES TIMES
UM CRAQUE JAMAIS SERÁ ESQUECIDO 

1991



Dener, Sinval, Tico e Pereira formaram a linha de ataque de um dos melhores times da história da Copa São Paulo de Juniores. A equipe comandada pelo técnico Écio Pasca bateu um recorde: conseguiu vencer todas as partidas que disputou na competição. A final, contra o Grêmio, aconteceu no Pacaembu e a Lusa goleou por 4 a 1. Paulo Luís levou o troféu de melhor goleiro, Sinval, com dez gols, foi o artilheiro e Dener, com nove gols, foi eleito a revelação do campeonato.

Paulo Luís, Josias, Sousa, Baiano, Romã, Maninho, Cícero, Sinval, Dener, Tico e Pereira

Técnico: Écio Pasca

2002




Iniciando a trajetória em um grupo sediado no Guarujá, no litoral paulista, a Lusa estreou no campeonato com uma goleada de 8 a 0 sobre o Mixto-MT. Na sequência, a equipe comandada pelo ex-jogador e técnico Edu Marangon bateu o Botafogo-SP por 3 a 1, o Guarujá por 4 a 0 e empatou com o Atlético Sorocaba em 1 a 1. Desbancando Flamengo e Ponte Preta, a Portuguesa enfrentou o Cruzeiro na final. O time venceu por 1 a 0 e levantou a taça dentro de casa, no estádio do Canindé.

Daniel, Jackson, Júnior, Fernandão, Júlio, Bruno, Lelo, Danilo, Iotte, Alex Afonso e Kesley

Técnico: Edu Marangon




Enéas

Enéas de Camargo nasceu no dia 18 de março de 1954 em São Paulo. Começou a jogar futebol na Escolinha da Lusa aos nove anos. Passou pela categoria juvenil em 1966 e profissionalizou-se na própria Portuguesa em 1972. Enéas é o maior artilheiro do clube em toda a história do Campeonato Brasileiro, tendo marcado 47 gols.

Em 1973, conquistou os dois únicos títulos pela equipe do Canindé: o Campeonato Paulista e a Taça São Paulo. Formou o ataque da Seleção Brasileira ao lado de Zico na conquista do pré-olímpico da Argentina.

Ainda na canarinho, foi convocado em 1976 e marcou um gol no empate por 1 a 1 contra o Paraguai, em Assunção. Conquistou a Taça do Atlântico defendendo o Brasil. Totalizou quatro partidas pela seleção olímpica e três pela principal.

Em 1980, foi vendido para o Bologna, da Itália, por 62,5 mi de cruzeiros. Teve um desentendimento com o técnico Luigi Radicci e disputou apenas 17 partidas. No ano seguinte transferiu-se para a Udinese.

Voltando ao Brasil, jogou pelo Palmeiras, mas não teve o mesmo destaque dos tempos de Canindé. Enéas ainda teve passagens por XV de Piracicaba, Juventude, Desportiva, Ponta Grossa e Central Brasileira.
Na noite de 22 de agosto de 1988, Enéas passava pela avenida Cruzeiro do Sul, em São Paulo, ao volante de um Monza, quando perdeu o controle do carro e bateu violentamente na traseira de um caminhão. O veículo ficou totalmente destruído e Enéas foi conduzido para o hospital, onde ficou em estado de coma por mais de quatro meses. Em 27 de dezembro do mesmo ano, então com apenas 34 anos, Enéas faleceu, deixando esposa e dois filhos.

Enéas é considerado por muitos como o maior jogador da história da Portuguesa.

UM TIME DE CRAQUES INESQUECÍVEIS 1952


Fonte: http://www.acervodalusa.com.br/ com edição e montagem de JF Hyppólito